E quem diria que a vida pode mesmo ser um clichê?
- 8135realengo2
- 25 de mai. de 2016
- 4 min de leitura
Carol Dias, escritora do livro Clichê, faz qualquer um se apaixonar por seu romance “água com açúcar”, que não dá pra resistir
Marina Duarte, graduada em música e letras, vê como sua melhor opção mudar-se para os Estados Unidos, onde mora sua tia e única parente viva, e lá tentar carreira. A vida que passa a levar não é muito parecida com a “vida dos sonhos” que esperava, mas isso muda quando ela começa a trabalhar na mansão dos Manning, onde conhece Killian, o empresário viúvo por quem se apaixona, e os filhos dele, Dorian e Ally.
Cheio de humor e, é claro, muito romance, Clichê conquista, logo nas primeiras páginas, e nos faz cair de amores pelos personagens. Mesmo já tendo ideia do que acontece no final, devido o livro ser, como já diz o título “clichê”, ainda faz sorrir e se maravilhar até o fim. Se você faz parte do grupo de leitores que se considera acima de clichês, prepare-se para mudar de opinião. E se você acha que já conheceu todos os clichês, não se engane, pois, ainda assim, Clichê surpreende.

Clichê, da autora Carol Dias, pela Ler Editorial com 280 páginas
Confira a entrevista com a autora Carol Dias:
Você teve alguma grande inspiração para escrever o livro? Qual foi?
‘’Grande inspiração não. A ideia de escrever Clichê veio aos poucos. Quando eu tive a ideia de escrever uma história clichê, fiquei buscando qual delas eu iria abordar. Então decidi que queria escrever uma história da relação entre chefe-funcionária, porque era um clichê que eu via muito nos romances atuais. A coisa da mocinha e o CEO. Todas as outras coisas foram aparecendo aos pouquinhos, sabe? A perda da Mitchie, as crianças, etc (personagens do livro).’’
Você o escreveu na ordem cronológica dos fatos ou, por exemplo, começou pelo fim ou meio?
‘’Ordem cronológica. Toda história que eu escrevo tem um roteiro e eu vou escrevendo capítulo por capítulo. A única coisa que escrevi fora da ordem foi o que o Killian (personagem do livro) narrava, porque as memórias dele foram aparecendo de acordo com o desenrolar do roteiro. Quando a gente fala disso na história, Killian se lembra daquilo. E por aí foi.’’
Em algum momento, você teve receio em publicar um livro “clichê” por todos já terem uma ideia sobre o final?
‘’O tempo inteiro. Enquanto era só uma brincadeira, para as leitoras que eu já tinha, foi muito fácil, porque eu já conhecia as meninas e sabia que elas iam gostar. Quando as pessoas começaram a me dizer que eu deveria publicar, ficava muito preocupada de ser só mais uma história com fim previsível. O que me surpreendeu sobre isso é que boa parte das pessoas, que leram, entenderam o que eu realmente queria: o importante não é como acaba a história, mas o que aconteceu para os personagens chegarem lá.’’
Como você teve ideias para os nomes dos personagens?
‘’Sou muito ruim com nome de personagem, juro. Não conte a ninguém, mas a Marina tem esse nome porque eu pego um ônibus "via Marina" e eu não conseguia tirar isso da cabeça. O Killian é o meu personagem favorito de Once Upon a Time. Dorian é um personagem maravilhoso de um livro que eu li. Mas geralmente eu acesso esses sites de nomes de bebês na internet e fico procurando até achar um que combine com a personalidade do meu personagem.’’
Qual foi a cena que você mais gostou de escrever?
‘’[ALERTA DE SPOILER] Foi a cena da conversa franca que os dois tiveram depois do beijo. Foi a mais difícil de escrever, mas era a que eu estava mais ansiosa.’’
Alguma parte do livro foi inspirada na sua vida? Se não, foi na vida de algum conhecido?
‘’Não consigo lembrar de nada específico agora, mas a Marina tem muitas das minhas neuras e a Adriana foi parcialmente inspirada nas impressões que eu tinha de uma amiga minha, antes de nos conhecermos.’’
Você cita diversas músicas e artistas durante o livro. Você as escutava enquanto escrevia?
‘’Eu estou sempre ouvindo músicas enquanto escrevo, não necessariamente alguma que esteja na história, mas quando tinha música na cena, eu tentava ouvir sim.’’
A sua família sempre apoiou você na carreira de escritora?
‘’Desde pequena. Mesmo quando eu era pequenininha e escrevia cada coisa sem pé nem cabeça. Minha mãe, principalmente, sempre me motivou a escrever, mesmo que ela não entendesse direito o que era fanfic. Com Clichê, eles só foram ler depois de publicado, então posso dizer que eles me apoiaram cegamente.’’
Há quanto tempo você escreve?
‘’Não sei. Eu escrevo desde pequenininha, mas passei a levar a sério mesmo em 2010, mesmo ano que entrei no CPII, depois que li a primeira fanfic da minha vida. Aí não parei mais.’’
É verdade que Clichê foi escrito originalmente como fanfic? Você teve que alterar a história para que fosse publicado como livro?
‘’Sim! Era uma fanfic com os Jonas Brothers (risos). Tive que mudar coisa à beça quando fui transformar em livro. Tive que dar características físicas aos personagens, novos nomes, tirar as letras de música, que tinha no meio... Mudei bastante coisa.’’
Ficamos sabendo que haverá um segundo livro de Clichê. O que podemos esperar da continuação?
‘’Isso mesmo. Quando eu terminei de escrever Clichê, não queria saber de escrever mais nada sobre Killian e Marina. Eu já tinha fechado a história, era o final que eu queria. Então, Carter “apareceu” na minha porta pedindo para escrever a história dele e eu não pude negar. Não posso adiantar muita coisa da história, mas garanto risadas, tretas entre os principais e muitas fofuras com as crianças da história.’’
Você tem algo a dizer aos atuais escritores de fanfics e que sonham em se tornar escritores profissionais?
‘’Não se subestimem. Dizem que quem escreve fanfic não sabe escrever bem e várias outras coisas, mas escrever profissionalmente está em nossas mãos. Estudem, pesquisem, busquem referências e trabalhem para que sua escrita se torne cada dia melhor. Eu já li fanfics melhores que muitos livros. E outra coisa que eu preciso dizer é: escrevam. Quanto mais a gente escreve, melhor a gente fica.’’
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