Escola tem partido?

Ultimamente tem-se muito ouvido falar em "Escola Sem Partido", mas você sabe o que é?

Tendo surgido em 2004, o programa Escola Sem Partido trata-se, basicamente, de uma proposta de lei que tornaria obrigatória a afixação em todas as salas de aula de ensino fundamental ou médio do país um cartaz contendo os “deveres” do professor.

Segundo o professor de história do CP2, Guido Fabiano, o projeto ‘escola sem parido’ é um movimento defendido por intelectuais pouco ligados à pedagogia, que visaria combater uma doutrinação velada na educação. Há pouco tempo este movimento ganhou apoio da maioria conservadora e hoje o que se tem é um projeto de lei. Atualmente já existem, em vigor, leis inspiradas no movimento “Escola Sem Partido” em outras regiões do país.

Segundo os líderes do projeto, este visa informar os estudantes sobre seus direitos para que possam garantir uma educação sem doutrinação, ou seja, sem que sofram, da escola, influência religiosa, ideológica ou qualquer outra.

Os defensores da medida apontam o projeto como solução contra a instrumentalização da educação, defendendo que muitos professores utilizam-se de sua autoridade e autonomia em sala de aula para, de alguma forma, doutrinar ou ‘alienar’ seus alunos segundo suas crenças.

“Os alunos não aprendem de forma passiva, eles participam do processo de construção do conhecimento. Tudo o que eu falo em sala de aula é completamente ressignificado pelos alunos, dessa forma, o pressuposto da doutrinação é, pra mim, completamente equivocado.”, disse o professor, expressando-se contrariamente ao projeto que feriria a liberdade de expressão dos indivíduos, direito fundamental num ambiente de formação de cidadãos.

Rejeitado pela maioria dos educadores e estudantes em todo o país, o projeto ainda causa polêmica, divide opiniões e ganha defensores e críticos, mesmo sob diversos protestos e criação de movimentos contrários em resposta à implementação do mesmo.

Modelo do cartaz que seria afixado nas salas de aula de todo o país.